CIOT e PEF da ANTT:

CIOT e PEF são, hoje, os dois pilares regulatórios que moldam a transparência e a segurança financeira no transporte rodoviário de cargas.

Se você é transportador, embarcador, gestor logístico ou profissional de supply chain, entender como o Código Identificador da Operação de Transporte (CIOT) e o Pagamento Eletrônico de Frete (PEF) convergem é fundamental para evitar multas, atrair novos contratos e ganhar competitividade.

Neste artigo, você aprenderá, de maneira prática, como a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) usa essas ferramentas para fiscalizar o setor, quais são as obrigações de cada ator, as vantagens tangíveis em adotar soluções digitais e quais passos seguir para sair na frente.

Prepare-se para mergulhar em dados reais, exemplos de campo e análises de especialistas que vão desmistificar de vez a sigla CIOT e o conceito de PEF, garantindo que sua operação rode em alta performance e total conformidade.

Panorama do Transporte Rodoviário e a Atuação da ANTT

Contexto histórico

O transporte rodoviário de cargas (TRC) responde por cerca de 65 % da matriz logística brasileira, segundo a Confederação Nacional do Transporte (CNT).

Até 2010, a informalidade predominava: fretes pagos em dinheiro, dificuldade de rastrear operações e alta sonegação de impostos.

Para frear esse cenário, a ANTT instituiu a Resolução 3.658/2011, criando o CIOT. Já o PEF surgiu na Lei 13.103/2015 (Lei do Caminhoneiro), exigindo que o pagamento ao transportador seja feito em meio eletrônico homologado.

Desafios atuais

Ainda que a formalização tenha avançado, permanecem gargalos como a padronização de sistemas, divergência de informações entre embarcador e transportador e resistência cultural a abandonar o papel.

Além disso, a ANTT intensificou a fiscalização em rodovias e nos pontos de parada, aplicando multas que podem ultrapassar R$ 10.500 por operação irregular. Assim, dominar as regras de CIOT e PEF tornou-se fator de sobrevivência no mercado.

O que é CIOT – Conceito, Objetivos e Obrigações

Definição e finalidades

O Código Identificador da Operação de Transporte é um número único gerado para cada viagem remunerada. Ele registra dados do contratante, contratado, origem, destino, valores e forma de pagamento.

Dessa forma, o órgão regulador monitora volume de fretes, combate o “cartão-postal” (grupos que agenciam informalmente) e reforça a rastreabilidade fiscal.

Quem precisa gerar

Estão obrigados a emitir CIOT os embarcadores, transportadores contratantes, cooperativas e Operadores de Transporte Multimodal (OTM) que contratem Transportador Autônomo de Cargas (TAC), Empresas de Transporte Rodoviário de Cargas (ETC) ou Cooperativas de Transporte Rodoviário de Cargas (CTC).

A geração deve ocorrer antes do início da viagem, por meio de Instituição de Pagamento Eletrônico de Frete (IPEF) habilitada na ANTT.

Penalidades e multas

Deixar de gerar o CIOT ou registrá-lo com dados inconsistentes implica infração grave, com multas de R$ 550 a R$ 10.500, conforme a Resolução 5.862/2019. Além disso, a transportadora pode ter o RNTRC suspenso, inviabilizando novos contratos.

Tabela comparativa das obrigações

Ator Obrigação principal Penalidade por descumprimento
Embarcador Gerar CIOT para TAC/ETC Multa de até R$ 10.500
Transportadora Conferir dados e portar CIOT na viagem Autuação em posto fiscal
IPEF Disponibilizar plataforma de geração e pagamento Descredenciamento
TAC Manter RNTRC válido e CIOT emitido Suspensão do registro
ANTT Fiscalizar e aplicar sanções N/A

Pagamento Eletrônico de Frete (PEF) – Fundamentos e Processos

Como funciona o PEF

O PEF é a transferência eletrônica do valor do frete para conta vinculada ou cartão pré-pago do motorista.

A operacionalização ocorre via IPEF, que liquida o Crédito de Pagamento do Frete (CPF) e direciona automaticamente valores de vale-pedágio, diárias e outros custos. Todo fluxo fica registrado no Banco Central, garantindo lisura.

Benefícios ao autônomo e às empresas

Para o autônomo, o PEF proporciona acesso a extrato on-line, antecipação de recebíveis e redução do risco de assaltos.

Já embarcadores ganham comprovante fiscal instantâneo, menor chance de contestações e eliminação de adiantamentos em dinheiro. Segundo estudo da NTC&Logística (2022), operações com PEF reduzem em 18 % o tempo médio de faturamento.

💡 Caixa de destaque 1 – Dica Operacional: Programe o pagamento automático do vale-pedágio na mesma transação do PEF para evitar multas da PRF.

Integração entre CIOT e PEF – Fluxo Operacional

Passo a passo obrigatório

1) Cadastro da viagem na plataforma IPEF.
2) Geração do CIOT e disparo automático ao banco de dados da ANTT.
3) Liquidação do PEF com detalhamento de tarifas.
4) Armazenamento de XML e PDFs para auditoria. Esse fluxo deve acontecer antes da saída do veículo, garantindo que o motorista porte o CIOT impresso ou digital.

Ferramentas tecnológicas recomendadas

Softwares TMS, APIs RESTful e módulos de integração ERP reduzem erros de digitação e replicam automaticamente dados para múltiplas transportadoras.

Companhias como BB Frete, Repom e Pamcard já oferecem SDKs para desenvolvedores aplicarem o CIOT “embedded” em aplicativos de frota.

💡 Caixa de destaque 2 – Atenção Compliance: Audite mensalmente o banco de dados de CIOTs cancelados para garantir que cada cancelamento tenha justificativa formal.

Impactos Práticos na Cadeia Logística

Redução de custos e aumento da eficiência

Casos de referência mostram queda de 12 % no custo administrativo quando o CIOT é integrado ao TMS. A transportadora TransRota, por exemplo, reduziu de 4 horas para 30 minutos o tempo de emissão de documentos, economizando R$ 280 mil ao ano em mão de obra.

Compliance e governança

Empresas listadas na B3 precisam evidenciar controles de anticorrupção e “Know Your Supplier”. O CIOT, associado ao PEF, fornece trilha de auditoria que atende requisitos da SOX e ISO 37001. Isso facilita a obtenção de crédito em bancos que exigem transparência.

“A digitalização do CIOT e do PEF é talvez o maior salto de governança que o transporte rodoviário deu na última década. Quem não se adaptar, perde mercado.”
— Ana Paula Cordeiro, consultora em Logística 4.0

Boas Práticas para Transportadores e Embarcadores

Checklist de implantação

  1. Verifique a validade do RNTRC.
  2. Escolha uma IPEF com certificação vigente na ANTT.
  3. Integre o TMS ao sistema da IPEF via API.
  4. Defina responsáveis internos por validar dados de frete.
  5. Treine motoristas sobre porte obrigatório do CIOT.
  6. Crie rotinas de conciliação semanal de pagamentos.
  7. Implemente backup em nuvem dos XMLs.
  8. Revise periodicamente a Resolução 5.862/2019.

Casos de sucesso

  • Cooperativa CoopFrota reduziu 25 % de multas após automação do CIOT.
  • AgroGrãos exportadora passou a rastrear 100 % dos documentos em blockchain.
  • Startup LogiTech integrou CIOT e PEF a sensores IoT de caminhão.
  • Operador 4PL MoveFast reportou ROI de 15:1 em um ano.
  • Rede varejista MegaMart negociou frete 8 % mais barato por garantir pagamento eletrônico.

💡 Caixa de destaque 3 – Alerta de Fiscalização: A ANTT cruza CIOT com nota fiscal eletrônica (NF-e). Divergências geram autuação automática.

Tendências Futuras e Digitalização no TRC

Open Finance e meios de pagamento instantâneo

A entrada do Pix Freight — versão do Pix integrada ao CIOT — reduzirá taxas de IPEF e permitirá liquidação em D+0. Testes-piloto em 2023 envolveram 20 transportadoras, economizando R$ 0,39 por transação.

Tokenização e blockchain

Plataformas como OriginalMy já tokenizam o CIOT em registros imutáveis, eliminando fraudes. Esse movimento, aliado a smart contracts, automatizará liberação de pagamentos mediante comprovação de entrega em tempo real.

FAQ – Perguntas Frequentes sobre CIOT e PEF

1. Posso gerar um único CIOT para várias entregas?

Não. Cada viagem ou conhecimento de transporte exige um CIOT exclusivo, mesmo que a carga tenha o mesmo embarcador.

2. O PEF substitui o vale-pedágio?

Não. O vale-pedágio é obrigatório e deve constar separado no extrato. Porém, a quitação pode ocorrer na mesma transação do PEF.

3. Motorista estrangeiro precisa de CIOT?

Sim, desde que realize transporte interno remunerado em território nacional.

4. Como cancelar um CIOT?

O cancelamento é feito na plataforma IPEF antes do início da viagem. Após o início, é necessário justificar à ANTT.

5. Qual a diferença entre IPEF e instituição de pagamento comum?

A IPEF é homologada pela ANTT e segue regras específicas para TRC; já uma fintech comum não possui essa obrigação.

6. A ANTT pode bloquear minha frota por irregularidade no CIOT?

Sim. O RNTRC pode ser suspenso, impedindo emissão de novos documentos de transporte.

7. Existe custo para emitir CIOT?

As IPEFs podem cobrar taxa de serviço, mas a geração em si não possui tarifa definida pela ANTT.

8. Documentos impressos ainda são aceitos?

Sim, desde que o CIOT contenha código de barras ou QR Code para conferência.

Conclusão

Em síntese, dominar CIOT e PEF traz vantagens competitivas e elimina riscos. Revise os principais pontos:

  • CIOT formaliza cada viagem e deve ser emitido antes da saída.
  • PEF garante pagamento rastreável ao motorista e reduz fraude.
  • Integração de sistemas acelera processos e evita multas.
  • Compliance robusto melhora acesso a crédito e reputação.
  • Inovações como Pix Freight e blockchain vão potencializar ainda mais a transparência.

Agora é sua vez: implemente o checklist, escolha uma IPEF confiável e compartilhe este guia com sua equipe.

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Artigo produzido com base no vídeo “CIOT e PEF: Como a ANTT Regula Pagamentos e Fretes no Brasil”, disponível em Portal RNTRC.

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